Segunda Chance

A viagem mais difícil que fazemos é aquela em que voltamos ao lugar onde cometemos um erro.
Pedro está no barco sobre o mar. Mais uma vez, o mar nada lhe oferece. Seus pensamentos são interrompidos por gritos que vem da margem.
- Pescou algum peixe? - Pedro e João levantam a cabeça. A voz era provavelmente de algum aldeão.
- Não - responderam. -Tente o outro lado! Eles lançam a rede, Pedro enrola a corda ao redor do punho e espera.

Mas não precisa esperar muito. A corda começa a puxar e a rede está repleta de peixes. Pedro começa a recolher a rede; abaixa e levanta, abaixa e levanta. Está tão envolvido com a tarefa que não percebe a mensagem. O mesmo não acontece com João. - É o Senhor, Pedro. É o Senhor!
Pedro se atira na água, nada até a praia e vai tropeçando, ensopado e tremendo, até encontrar-se com o amigo que ele traiu.
Jesus havia preparado um braseiro de carvão. Ambos se lembram da última vez que Pedro se aproximara do fogo. Pedro errara em relação a Deus, mas Deus viera ao seu encontro.
Em um daqueles raros momentos de sua vida, Pedro não tinha o que dizer. Que palavras seriam suficientes? O momento era demasiadamente sagrado para palavras. Deus está oferecendo alimento a um amigo que o traiu. E Pedro, mais uma vez, encontrou a graça na Galiléia.

Agora, o caso é entre você e Deus. Ambos sabem o que você fez. E nenhum dos dois está orgulhoso disso. O que você faz? Talvez você considere a possibilidade de fazer o que Pedro fez. Permanecer na preseça de Deus. Ficar sob o olhar de Deus. Ficar calado e esperar. Às vezes, isso é tudo que uma alma consegue fazer. Arrependida demais para falar, porém esperançosa demais para partir. Quando nos sentimos assim, ficamos simplesmente parados.
Ficamos maravilhados.
Ele voltou.
Ele o convida a tentar outra vez. Dessa vez, ao lado dEle.

                                                                                                            Max Lucado